O ProCicloviasPG é um modismo ou temos um objetivo?
Há 30 ou 40 anos atrás não era necessário um Movimento ProCiclovias em Ponta Grossa, pois nem passava pela cabeça das pessoas (do nosso país) que a bicicleta pudesse ser um meio de transporte sério e viável. A bicicleta era considerada, como nosso ex-prefeito Pedro Wosgrau nos disse em reunião, "um brinquedo". Naquela época, apesar de algumas modalidades de ciclismo já estarem estabelecidas, os atletas não recebiam nem o devido respeito, nem o patrocínio adequado, nem o merecido espaço na mídia - a não ser quando ganhavam alguma competição e viravam heróis. Todo o esforço anterior era ignorado. Dentro de um clima de "milagre econômico" estávamos em plena transição para o modelo urbano atual, porém ninguém pensava nas consequências negativas do "desenvolvimento".
Cidade para o automóvel - modelo atual |
Agora a situação é outra - hoje convivemos algumas consequências negativas do "desenvolvimento" e muitos já entendem que algo precisa ser feito. Com o inchaço das cidades, a completa não utilização dos planos diretores e catastrófica utilização dos espaços urbanos (devido ao modelo especulativo de exploração do solo), ao aumento exponencial do número de veículos, queda dos níveis de atividade física, aumento do sedentarismo, queda da qualidade da alimentação, aumento do estresse, problemas de mobilidade urbana, sustentabilidade da economia, e outros fatores, o atual modelo de desenvolvimento baseado em crescimento econômico ficou demostrado como insustentável, porém a maioria acredita não haver alternativas.
Cidade para as pessoas |
Nós do ProCicloviasPG sempre estaremos abertos à novas ideias. Algumas dessas ideias, que na verdade são bem antigas (e este é o paradoxo) dizem que a cidade deve ser pensada, planejada e construída para as pessoas. As cidades surgiram como aglomerados humanos que compartilhavam a necessidade de um local para suas celebrações culturais, atividades econômicas, etc., portanto a cidade, enquanto criação humana e manifestação cultural, deve servir às pessoas - e não ao contrário. Portanto a meta final das cidades é proporcionar um espaço adequado, em termos econômicos, de segurança e cultural para que as pessoas possam manifestar seus valores humanos e que sejam respeitadas enquanto o fazem. Este ideal parece bem distante do que as cidades brasileiras, e em especial Ponta Grossa, oferecem.
Acreditamos que devemos fazer todo o possível para exigir das pessoas colocadas pela população através do voto direto - do seu e do meu voto - trabalhem pelo interesse da população e evitem ceder ou representar os interesses contrários ao bem público. Afinal o título destas pessoas, dos prefeitos, secretários, vereadores, assessores, etc, é de "administrador público". Ser administrador público significa administrar de acordo com a lei, e é isso que o ProCicloviasPG, enquanto Movimento social, sempre cobrou e continuará cobrando.
Uma dessas obrigações a que o administrador público brasileiro está sujeito, legalmente, é a implementação do Plano Diretor Municipal. E como não pode haver implementação de uma estrutura cicloviária sem a adoção, na prática, do Plano Diretor, o ProCicloviasPG sempre se preocupou muito com esta questão desde o início de suas atividades, quando da participação da Conferência das Cidades em 2010. Isso foi há três anos atrás e até agora nada. Estamos nos preparando para dar os próximos passos e cobrar, de uma maneira mais direta, que a prefeitura leve a sério e abra espaço para uma verdadeira discussão sobre o Plano Diretor, com participação da sociedade.
Uma dessas obrigações a que o administrador público brasileiro está sujeito, legalmente, é a implementação do Plano Diretor Municipal. E como não pode haver implementação de uma estrutura cicloviária sem a adoção, na prática, do Plano Diretor, o ProCicloviasPG sempre se preocupou muito com esta questão desde o início de suas atividades, quando da participação da Conferência das Cidades em 2010. Isso foi há três anos atrás e até agora nada. Estamos nos preparando para dar os próximos passos e cobrar, de uma maneira mais direta, que a prefeitura leve a sério e abra espaço para uma verdadeira discussão sobre o Plano Diretor, com participação da sociedade.
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