Quando Curitiba anunciou as ciclofaixas de lazer (ver aqui), foi uma aminação geral. O prefeito se promoveu, os ciclistas ficaram felizes, os cicloativistas acharam que estavam fazendo progresso. Porém, quando a população começou a compreender melhor as rotas e como elas foram feitas, veio a decepção.
Ao fim, a atual administração decidiu 'reformar' o circuito de ciclofaixas de lazer em Curitiba (ver aqui e aqui).
Ao fim, a atual administração decidiu 'reformar' o circuito de ciclofaixas de lazer em Curitiba (ver aqui e aqui).
Para que 'missão dada' seja de fato 'missão cumprida', alertamos aos administradores de Ponta Grossa sobre esses percalços. Para que um projeto cumpra seu objetivo é importante que ele seja bem discutido com os usuários. Mais, a base de informações técnicas deve ser bem compreendida e verificada. O planeta vem implementando estrutura cicloviárias em muitas cidades ao longo de pelo menos 50 anos. Não existe uma solução pronta que baste instalar e pronto. Cada caso é um caso e tudo tem de ser bem pensado, pesquisado, projetado e executado. Aqui vai um alerta importante: para Ponta Grossa, pelas características de relevo, culturais, e até políticas da cidade, o mais adequado é um plano gradual iniciando por campanhas de educação, criação das ciclofaixas de lazer nos finais de semana, ciclovias recreativas. Durante esse tempo, de aproximadamente 6 meses a 1 ano seriam feitos os estudos junto a população para identificar os pontos mais necessários para ciclofaixas e ciclovias de acordo com vários critérios: nível de perigo da via, registro de acidentes, nível de estresse ao andar na via, volume de ciclistas, população atendida, topografia, etc. Depois virá a instalação das primeiras ciclovias e ciclofaixas, evidentemente nos locais mais importantes, em nosso caso na Av. Carlos Cavalcanti. Depois, para estimular seu uso serão instalados bicicletários por toda a cidade. A instalação de um sistema de aluguel, ou melhor ainda, de compartilhamento de bicicletas irá completar a estrutura cicloviária.
Assim haverá tempo para o motorista de carro, ônibus e caminhão adaptar-se ao processo de compartilhar a via com o devido respeito, pois será mostrado nas campanhas que o ciclista tem o direito de trafegar ali. Um dos problemas hoje é que o ciclista ainda é visto como um empecilho ao bom fluxo do tráfego e isso é agravado pelas péssimas condições do pavimento e alto número de veículos nas ruas, fatores que geram conflito inevitável entre os modais. Com uma estrutura cicloviária adequada os conflitos diminuirão e todos ganharão com isso em segurança, nível de estresse, economia de tempo, saúde e muitos outros fatores.
Acreditamos que as condições estão todas presentes para que Ponta Grossa torne-se uma cidade amiga da bicicleta:
- as soluções técnicas são abundantes
- há recursos do ministério das cidades
- a demanda é alta
- ambientalmente correto
- promove inclusão social
- uso adequado do solo
- a atual administração é receptiva (na prática, a mais importante)
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