Ao mesmo tempo que o ProCicloviasPG estimula o uso da bicicleta, nós nos preocupamos muito com a segurança dos ciclistas em cidades onde não há uma estrutura cicloviária adequada, ou seja, em todas as cidades do Brasil. Apesar de termos inúmeros exemplos de cidades que investem em ciclovias, ciclofaixas, bicicletários, paraciclos, etc, estes investimentos ainda são tímidos para que a bicicleta ocupe seu merecido lugar no dia-a-dia e no trânsito brasileiros.
Crimes: dirigir e pedalar embriagado |
Muitas das nossas ações anteriores são relacionadas com a segurança do ciclista e com suas responsabilidades no trânsito. O ciclista em uma bicicleta é veículo, reconhecido no CBT, portanto recomendamos que todos os ciclistas sigam as leis de trânsito. Isso inclui parar nos sinais vermelhos, dar preferência aos pedestres, sinalizar suas manobras, usar equipamentos de segurança, etc. Acreditamos que o ciclista deve seguir também leis de aplicação obscura a nós, como direção embriagada e excesso de velocidade. Não é seguro um ciclista a 50 ou mesmo 40 km/h na R. Balduíno Taques ou Av. Vicente Machado Também é um fato que há muitas pessoas que vão a bares e botecos, bebem, e ao voltar para casa pedalando envolvem-se em acidentes. Um colega meu de um antigo local de trabalho fez exatamente isso e uma boa parte das ocorrências atendidas pelo SIATE são dessa natureza. Alguns ciclistas andam na contra-mão por julgar mais seguro quando podem ver os automóveis que se aproximam. Estatisticamente está comprovado que este não é o caso - os acidentes são mais graves e mais frequentes quando o ciclista pedala na contra-mão pois muitos automóveis, pedestres e motos não esperam um ciclista vindo daquela direção e o ciclista, por ser mais lento que autos e motos, não consegue evitar a colisão. Todos esses exemplos já foram abordados no blog - faça uma pesquisa e você verá muitos destes artigos. Ciclista, você merece e quer respeito - faça sua parte e também respeite as leis.
Acreditamos que o tema mais atual em Ponta Grossa, no que se refere à segurança do ciclista, é o respeito e o compartilhamento da via entre os vários modais. A prefeitura indica que irá idealizar e executar os projetos de ciclofaixas e ciclovias, porém campanhas de conscientização são necessárias imediatamente para que os motoristas conduzam seus veículos atentos para a presença dos ciclistas. Para isso clamamos que a Prefeitura e o Estado invistam em campanhas nas TVs, jornais, rádio e Internet e propomos que os sindicatos e associações de profissionais condutores participem ativamente destas campanhas, pois o motorista profissional tem uma influência grande entre familiares e amigos. Não bastará apenas que os ciclistas tenham um local seguro para pedalar - na verdade se os motoristas já respeitassem os ciclistas, não seria necessário criar um local seguro, protegido dos carros. Essa necessidade surge pois uma combinação de fatores como ruas estreitas, motoristas não preparados, falta de sinalização, falta de educação de trânsito curricular, veículos fora-de-controle são tão comuns que mesmo o ciclista mais cuidadoso está em perigo.
Não há dúvida que a bicicleta como meio de transporte faz sentido e seus efeitos são extremamente benéficos para a sociedade e para quem a utiliza. Não podemos compreender a demora das cidades brasileiras em adotar uma política mais sustentável em relação ao tema da Mobilidade Urbana. É um mistério para os ciclo-ativistas donde vem a relutância em estimular o uso da bicicleta. Seria o lobby da indústria automobilística tão poderoso e infiltrado na política brasileira? Bem, eles são poderosos, mas não acreditamos que exerçam influência direta na política local. Nos parece que a mentalidade do sistema político é a mesma do cidadão comum, e daí vem os problemas que presenciamos nas ruas, avenidas e estradas brasileiras.
Compartilhe a Via - é melhor para todos |
Neste momento temos que falar de bicicleta para todos que conhecemos - não adianta somente "pregar para os convertidos". Temos que atingir cada vez mais pessoas em nossas conversas, no contato com a família, no trabalho, escola. Precisamos compartilhar essa nossa paixão pela bicicleta e por essa causa com outras pessoas e assim mostrar que iremos todos ganhar quando houver uma política pública séria que promova o uso da bicicleta para lazer, transporte e atividade física - como há em tantos países desenvolvidos.
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